Quase 135 mil acidentes rodoviários provocaram 453 mortos e mais de 2500 feridos graves desde Janeiro até 15 de Dezembro.
O trágico resultado foi esta segunda-feira revelado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária na apresentação da campanha Festas MAIs Seguras para este Natal e Ano Novo que vai quarta-feira para a estrada.
O presidente da ANSR lamentou que Portugal continue a ser "o país da Europa com mais insegurança rodoviária" e que a redução da sinistralidade não se consegue apenas com campanhas de sensibilização e de fiscalização.
É necessário para tal uma mudança de estratégia, com Rui Ribeiro a apelar ao Governo para aprovar a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária antes que este ano termine.
Entregue no final de 2022, o plano estratégico Visão Zero 2030 tem como meta a redução em 50% do número de mortos e feridos graves na estrada até ao final da década.
Foi apelado à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e ao secretário de Estado da Protecção Civil, Paulo Simões Ribeiro, para que aprovem este documento que "tanta falta faz" ao país.
O responsável explicou que, em 2021, a ANSR chamou um conjunto de peritos internacionais e nacionais, e definiu uma estratégia que passou por "olhar ao que se faz na Europa e adaptá-la à realidade nacional".
Todavia, face aos números em questão, "com campanhas e fiscalização não vamos lá", disse, referindo que "nunca se fiscalizou tanto e tão bem em Portugal como nos últimos tempos".
Rui Ribeiro sublinhou que, nos primeiros sete meses deste ano, a fiscalização aumentou 80% face ao mesmo período de 2023, e duplicou entre 2019 e 2023.
"Todos os indicadores mostram que há um sucesso na fiscalização", disse, lamentando que não tenha sido alcançada a diminuição da sinistralidade rodoviária.
Acidentes sempre em alta
Os dados do relatório de sinistralidade rodoviária indicam 134.914 acidentes rodoviários, resultando em 453 mortos, 2.550 feridos graves, e 41.419 feridos ligeiros desde 1 de Janeiro a 15 de Dezembro.
Em relação ao mesmo período de 2023, registaram-se mais 2.939 desastres nas estradas, com menos seis vítimas mortais mas com mais 14 feridos graves e 306 feridos ligeiros.
O relatório faz também uma comparação com 2019, que serve de referência para a monitorização das metas de redução da sinistralidade até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal.
Face àquele ano, ocorreram 134.692 acidentes (mais 216), 502 mortos (menos 49), 2.434 feridos graves (mais 116) e 43.149 feridos ligeiros (menos 1.730).
Os dados respeitam às vítimas mortais cujo óbito foi declarado no local do acidente ou a caminho do hospital.
De acordo com a ANSR, está estimado que, de 2017 até esta segunda-feira, cerca de 5.000 pessoas morreram nas estradas portuguesas e mais de 19.000 ficaram gravemente feridas.
A plataforma interactiva de sinistralidade rodoviária, onde diariamente serão divulgados os dados de sinistralidade do dia anterior, está disponível a partir desta segunda-feira no portal da ANSR.
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